sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fétido

O ar tem cheiro de corpos mortos,
está denso e pesado como eu!
Abeiram-se de mim as putas
que sem eira nem beira
percorrem incessantemente as ruas,
estas que parecem ter carris
onde corpos imundos e fustigados pela vida.
Percorrem as linhas como verdadeiros electricos
cheios, a abarrotar pelas costuras
de esperma e dor,
também de prazer e agonia.

Sinto-me morto, consumido.
Estilhaços de pessoas cortam-me as veias,
as com que me cruzo nesta estranhas ruas,
todas elas parecem fazer parte
desta rede de transportes publicos.




2002

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