Vieste lentamente com a brisa seca
deixando um rasto de poeira perfumada,
no palato um suave sabor da tua pele
lambida nos despojos por ti largados
provei-te intensamente e degostei-te
guardando parte de ti num recanto bem guardado.
De tanto gostar, quis-te de mais
Esgotei-te no medo de te perder
e na sofreguidão só eu te saboreei.
Lambo agora a minha pele sem sabor
onde um dia o nosso sal cristalizou.
Lambi outros tantos corpos insípidos
que de pêlo me encheram o estômago
e de um vazio amargo que se entranha,
nenhum sabe como o teu
de onde tão pouco tirei e tanto desejei.
Ainda te procuro calmamente
Pois a loucura assentou com a poeira,
o desejo e o perfume pairam ainda no ar
suspensos na vontade de te voltar a ter
e de sentir essa brisa soprar novamente.
Outubro 2011
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
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