segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Passa um dia em vão
passa um e outro de seguida,
escorrem as horas em torrente
a uma velocidade constantemente acelerada.

Encostado à parede, inerte
um homem espera calmamente
tenta parar o tempo com os seus pensamentos,
quando todos em volta parecem correr desesperados
com medo de algo perderem.

Correm as pessoas, tal como as nuvens
os pássaros e as folhas caídas no chão.
Tudo isto lhe parece absurdo
um verdadeiro desperdício de energia
uma afronta à sua estranha calma.

Somente o bloco de cimento onde se encosta
lhe parece igualmente imóvel e silencioso.
Por entre a azáfama em redor
ouve o seu coração a bater lentamente
num movimento hipnotizante.

Bate cada vez mais lentamente
à velocidade com que o seu olhar
varre todo o espaço em redor.
Fixa um ponto no edifício diante de si
onde nada se mexe e nada se espelha.

Somente a sua cor vai esmorecendo
num acto lento e discreto,
cada vez mais escuro até ficar negro.
Nesse momento o homem apercebe-se
numa fracção de segundos
o seu coração parou de bater, caiu.




09-12-2011

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