Existo enquanto natureza estéril
engajado na própria gaveta,
madeira polida e seca
com cheiro de alfazema e mofo,
retenho o cheiro de pó de tempos passados
Beijo como quem beija as pedras da calçada
de lábios gretados pela gravilha,
as gretas são sulcos profundos.
Os dissabores tatuaram-me os lábios por dentro
com tinta preta, como o alcatrão onde me ajoelho.
Na porta da frente sou tapete
que nem cama onde me deito
Faço amor como quem lambe paredes
engasgo-me com o musgo e o betume.
Sinto que nem toalha seca sobre a poça
onde me afogo em pensamentos.
Ser poli-fórmico fascinante de metal precioso
de faces lapidadas pela vivência.
10-09-211
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
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